Capítulo 1:

Capítulo 1:

   13 de Novembro de 2017

Todos os dias ao final da tarde é a hora exata que eles acordam
do que chamamos de “hibernação vampírica”. O bom de morar
em Forgotten Hollow é que os dias costumam passar bem mais rápido do que a noite, e para vampiros, essa seria a melhor vantagem. 

   Niklaus e Abbigail caçam habitualmente às 21h, horário de pico em determinados locais das cidades vizinhas, não que isso sempre fosse algo bom, pois na maioria das vezes dificultava o ataque furtivo. Sim, ataque furtivo porque humanos não podem se quer suspeitar a existência de vampiros nas proximidades.

A hora da saída se aproxima e Abby está terminando de se arrumar, enquanto Niklaus a espera na sala de estar tomando um copo de Grappo Blanco. Ela desce as escadas e vai em sua direção.

Eu nunca conseguiria descreve-la totalmente, mas o jeito como ela anda me deixa ainda mais atraído. O contraste dos seus cabelos ruivos com a cor preta de seu vestido decotado a deixa com um ar sexy demais.

- E aí? Como estou? – disse ela dando uma volta para mostrar o seu vestido.

- Bom... Deixe-me ver de perto. Assim de longe não consigo decidir. – ele sorri com os olhos.

Abby se aproxima e senta no sofá, Klaus a traz para perto envolvendo o braço nas suas costas. Ela retribui segurando seu pescoço e o puxa para um beijo. 

Enquanto esperam o horário chegar, eles passam o resto do tempo juntos deitados no sofá.

- Sabe querido, estive pensando em convidar a Davina para uma caça conosco. Talvez, seja a hora dela começar a se adaptar a este horário.

- Meu amor, fico feliz com o seu zelo, mas acho que ela ainda precisa de mais confiança. Isso só será possível quando Kora for mais liberal. Duas horas nunca serão o suficiente para um bom treino.

- Eu sei, mas você precisará ter um pouco mais de paciência. A adolescência é uma fase complicada e sei que o instinto maternal dela só está tentando protege-la.

Ele revirou os olhos e consentiu com a cabeça. Por uma lado Abby estava certa, afinal que mãe colocaria em risco a vida de seu filho?! Não que ele quisesse coloca-la em perigo, pelo contrário, mas era cedo demais para expor o lado vampírico de uma recém-aprendiz.

- É, tentarei ser paciente, mas tudo tem limite. Sinto falta de passarmos um longo tempo em família.

- Eu sei que você faz o melhor para ela. E tenha certeza que ela sabe que sempre se esforça.

Depois de alguns minutos em silêncio, Klaus segura a mão esquerda de Abby, levantando suavemente seu braço para conseguir enxergar melhor a aliança em seu dedo.

Á medida que os pensamentos e lembranças vão invadindo a sua cabeça, ele indaga:

- Parece que foi ontem, não é?

- Me lembro como se fosse hoje. E se pudesse mudar qualquer coisa, não mudaria. Deixaria tudo acontecer do mesmo jeito. Apesar de me bancar a difícil, acho que sua insistência valeu a pena. – Ela sorri enquanto lembra.

- Engraçado que a gente acha que essas coisas nunca mas vão acontecer com a gente. Lembro-me de ouvir as pessoas comentando sobre o novo grupo de vampiros que tinha chegado à cidade. E quem diria que ali estaria você.

- Pois é, essa história de destino parece esses filme melosos que só servem para iludir – Ela sorri e continua -  Mas, quando a gente vive isso, realmente parece que o destino estava a nosso favor.

 - Destino trabalhoso esse! Você mal olhava na minha cara, não me deu chance alguma. Ainda bem que Margo estava ali pra dar uma mãozinha.

- Pra sua sorte, ela colocou muita “lenha na fogueira”. Juro que tentei resistir, mas havia algo em você que despertou a minha atenção.

- Hm... Quer dizer que eu só fico sabendo disso agora? – ele rapidamente levanta a sobrancelha e dá um sorriso bobo.

- Claro, se eu ficar enchendo seu ego é capaz de você inflar e sair voando por aí.

São dez para às vinte e uma horas, enquanto eles relembram algumas situações do passado. O despertador toca avisando que falta pouco para a grande hora da noite. Interrompidos pelo toque frenético, ele levanta e desliga. Faz um sinal com a mão chamando Abby para vir com ele. Ela se levanta e o segue.

Como todo e bom disfarce, eles usam a forma de morcego para se locomover, afinal ninguém suspeita dos morcegos. É um pouco cansativo, mas é a forma mais segura depois de ter que ir a pé. Seguem para San Myshuno, e chegando lá eles invadem um apartamento do edifício Larsen. Geram alucinação e não tão gentilmente cada uma escolhe seu alvo para beber profundamente do plasma e com vitória finalizam a sua sede.

Ainda naquela noite, na Praça Central de Forgotten Hollow, Niklaus e Abby encontram seus amigos Ettore e Margo. Eles conversam sobre as caças noturnas e os seus planos para o final de semana. Hoje está mais frio que o normal, e a neblina que vem do leste das colinas atrapalha um pouco a visão. Eles procuraram se aproximar mais ao centro da praça e continuam a conversar até que Abby os interrompe:

- Gente, preciso da atenção de vocês. Na verdade eu queria contar algo para vocês e sim, vocês vão ouvir.

 Todos são pegos de surpresa porque ela não costuma chamar atenção assim para falar algo de desnecessário, na maioria das vezes era alguma lição de moral ou repreensão. Mas ambos ficam em silêncio, esperando para ouvir.

- Bom, já faz alguns dias que não estou me sentindo muito bem e cheguei a comentar isso com Margo, mas pedi para que ela não comentasse com vocês.

- Mulheres e seus segredos – disse Ettore cortando a fala dela – Mas porque não disse isso pra gente também?

- Ahh Tor, você sabe que não gosto de preocupar vocês sem necessidade. Mas fica quieto e não me corte de novo. Obrigado!

Tor sorri, ele sabia como pirraçar Abby. Klaus continua com o semblante de curioso.

- Sim, continuando... As minhas próximas palavras serão diretamente para você, Amor - Klaus não estava esperando por isso e em seu rosto fica estampada à surpresa – Você sabe que eu me sinto muito realizada ao ter casado com você e para mim a nossa vida já estava completa, mas não estava. Na verdade faltava algo, e agora não falta mais. – Ele ainda continua sem entender onde ela pretender chegar com essas lindas palavras, mas continua prestando atenção.

- Bom, vocês devem estar se perguntando o porque desse discurso, então serei bem direta. É com meu coração explodindo de felicidade que anuncio a vocês que a família Mikaelson terá mais um membro.

O que? O que ela disse? Foi isso mesmo que eu ouvi? Meu Deus, minhas mãos estão tremendo, meu coração está pulsando mais rápido que o normal é como se tivesse um bumbo dentro de mim.

Automaticamente, a alegria e a comemoração toma conta de todos. E Niklaus, ainda incrédulo pergunta:

- Querida, você jura que é verdade? Vamos ter um bebê? Não brinca com meu coração. É verdade mesmo?

  - Claro que sim, meu amor. Eu fiz três testes e todos deram positivos, e eu juro pra você que ainda não caiu a ficha, mas eu precisava muito compartilhar isso, não aguentava ter isso só pra mim.

- Mal posso esperar para encher ela de lacinhos e vestidos. - Disse Margo muito empolgada. 

Mas Ettore, a confrontou dizendo: - E quem lhe disse que vai ser uma menina? Nosso amigão aqui já tem duas meninas, já está mais que na hora de vir um garotão para eu ensinar as minhas técnicas a ele.

- Técnicas? Não sei qual. – Margo empurra seu ombro tentando cortar o barato dele.

- Eu espero muito que agora venha o meu garoto. Mas se não vier, não vai faltar oportunidades pra gente tentar de novo. – Eles caem na gargalhada.

Enquanto Klaus se despede dos amigos, Abby segue na frente indo em direção a sua casa. Ele vem caminhando lentamente, ainda pensando na melhor notícia que recebeu hoje. A noite poderia terminar assim, mas Klaus escuta um barulho, passos de alguém que está tentando não chamar atenção, mas que acaba pisando na parte da floresta que é conhecida como “Espinhos de Trepadeira”.

Essa pessoa que ficou presa aos espinhos não é morador da cidade, porque todos que conhecem, sabem que não devem passar por ali. 

Ele se mantem a espreita, somente observando. Escuta uma voz grave, é claro uma voz masculina. Ele está atrás de uma arvore e a iluminação é péssima, não dá para ver a fisionomia, mas o cheiro não nega, é um vampiro. Enquanto o ouve reclamar que as barras da sua calça estão presa nos espinhos, vê a direita outra pessoa se aproximando, desta vez uma mulher.

Ela fala muito baixo, pelo seu comportamento ela parece querer ajuda-lo. Quando finalmente o rapaz consegue sair, ele continua o seu trajeto, com a moça ao seu lado. 

Um corvo grasna, um barulho alto que chama a atenção de quem está passando por ali, sendo inevitável não olhar para ele. O casal que seguia de costas, vira de frente para observar o animal, logo em seguida, o sangue de Niklaus começa a ferver, a toma conta de todos os pensamentos e a primeira coisa que vem em sua mente é:

Será que meus olhos estão me enganando? Não é possível! Eu estou mesmo vendo esse idiota? Mas que merda ele veio fazer aqui?!

Continua...

Hey, não esquece de deixar seu comentário, sua opinião é sempre bem-vinda. Compartilha! 

Na barra lateral existem outras histórias que você pode está acompanhando, clica lá. →